23 de julho de 2005

Da Existência ao Símbolo

vieste do tempo para acordar o meu corpo

há estórias que não se contam com palavras.
não digas mais nada, não sei onde fica esse lugar.
não digas mais nada. reconheço-te.
vieste do tempo para acordar o meu corpo


*
beijo-crime
morder este instante como o único.
agarrar os teus gestos e os teus mundos.
respiras. até ao fim. suspiras.
morder este existir num beijo-crime.
*
adivinho a tragédia no fim da espera
em meu rosto, lágrimas te chamam.
mas é tarde agora, que flores escorrem de minhas mãos.
minha voz prende-se em teu nome. estremeço.
que horas tristes antecipam os meus sonhos?
adivinho a tragédia no fim da espera.
*
eles quiseram roubar-me o teu cheiro
levar-te de mim para terras de frio e esquecimento.
arrastar-te por chãos de morte e abandono. rasgar-te.
eles quiseram roubar-me o teu cheiro.