Inadiável
o discurso do método: o perigo da progressiva aproximação entre a literatura e a matemática. é que eles estão cansados de reticências e de romances. porém, os tratados filosóficos não têm qualquer encanto formal – trata-se de uma obsessiva submissão do concreto ao abstracto. da norma sintáctica à mecanização do verbo. a infracção das regras é necessária à estruturação de uma expressão individualizada. que essa ambiciosa utopia idealizada desça sobre a sensação escrita.
o truque da literatura existencialista é baralhar-te. o caos vocabular a idolatria sensual: tudo se cruza no mesmo personagem confuso e ilegível. cidade adormecida. o chão frio sob os meus pés descalços. tropecei nos restos de ternura nocturna. a tua rua. a tua porta. a cama está desfeita. abracei a almofada – ainda está quente. as palavras e o erotismo precisam desse destinatário íntimo.
o truque da literatura existencialista é baralhar-te. o caos vocabular a idolatria sensual: tudo se cruza no mesmo personagem confuso e ilegível. cidade adormecida. o chão frio sob os meus pés descalços. tropecei nos restos de ternura nocturna. a tua rua. a tua porta. a cama está desfeita. abracei a almofada – ainda está quente. as palavras e o erotismo precisam desse destinatário íntimo.
como combater a inadiável decrepitude do intimismo?...
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