A Mamã e o Papá
esta é a minha primeira reflexão sobre a minha actividade profissional enquanto profissional, no início do ano que supostamente será, a nível profissional, talvez não o mais gratificante mas pelo menos o mais pacífico e apaziguante. dizem.
"um médico que só sabe de medicina nem de medicina sabe" - ouvi esta frase de abel salazar nas primeiras horas da manhã, o que foi bom porque é uma das minhas preferidas no baralho das grandes máximas sobre a ciência, a arte, a praxis ou o que lhe quiserem chamar. a maioria destas máximas estão cheias de conteúdo mas, pela repetição, perdem o sentido. esta ainda não deixei de compreender.
como cada artista tem a sua escola e desejavelmente o seu registo próprio, cada médico tem o seu estilo. de raciocínio diagnóstico, de apontamentos clínicos, de intervenção terapêutica e de comunicação com o doente. para além da gíria intrínseca a cada especialidade, há o arsenal de expressões pessoais que funcionam como tiques. falando da gíria, em especialidades em que se trabalha com bebés, a ana deixa de ser a ana para passar a ser a mamã isto, a mamã aquilo, e o rui passa a ser o papá para aqui, o papá para ali. este trato é extremamente prático e facilita a vida a quem lida com 25 casais de papás por período de trabalho. é que uma pessoa ao fim de uma manhã continua a parecer fofinha só com esta artimanha. mas dá-me que pensar se não quero continuar a ser tratada pelo nome quando for mamã. quanto às expressões-tique, há-as de todos os tipos. valha-nos quando são só maneiras de dizer simpáticas que se tornam ridículas pelo excesso de uso. outros casos, não raros, há.
"um médico que só sabe de medicina nem de medicina sabe" - ouvi esta frase de abel salazar nas primeiras horas da manhã, o que foi bom porque é uma das minhas preferidas no baralho das grandes máximas sobre a ciência, a arte, a praxis ou o que lhe quiserem chamar. a maioria destas máximas estão cheias de conteúdo mas, pela repetição, perdem o sentido. esta ainda não deixei de compreender.
como cada artista tem a sua escola e desejavelmente o seu registo próprio, cada médico tem o seu estilo. de raciocínio diagnóstico, de apontamentos clínicos, de intervenção terapêutica e de comunicação com o doente. para além da gíria intrínseca a cada especialidade, há o arsenal de expressões pessoais que funcionam como tiques. falando da gíria, em especialidades em que se trabalha com bebés, a ana deixa de ser a ana para passar a ser a mamã isto, a mamã aquilo, e o rui passa a ser o papá para aqui, o papá para ali. este trato é extremamente prático e facilita a vida a quem lida com 25 casais de papás por período de trabalho. é que uma pessoa ao fim de uma manhã continua a parecer fofinha só com esta artimanha. mas dá-me que pensar se não quero continuar a ser tratada pelo nome quando for mamã. quanto às expressões-tique, há-as de todos os tipos. valha-nos quando são só maneiras de dizer simpáticas que se tornam ridículas pelo excesso de uso. outros casos, não raros, há.
2 Comments:
há um tique que é particularmente chato, e que vem da boca de velhinhas que só nos querem mostrar respeito: "senhora doutora" praqui, senhora doutora prali, em cada frase 3 destas! É uma atitude de subserviência que preferia que não me fosse dirigida... mas entendo também o afecto com que o dizem.
o "mamã" e "papá" é bastante tolerável, ainda que despersonalizado. ouvir várias senhoras idosas a eito serem tratadas na urgência por "oh minha querida"-isto..., e "oh minha querida"-aquilo..., chega a criar algum prurido...
bom início de ano comum! ;)
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