14 de março de 2011

Verdade e Inconsequência

acho que todos nascemos com capacidade para a crítica e para o desacordo, com um desejo em bruto pela verdade e cheios de ideias com um enorme potencial para mudar o mundo. conservamos estas características durante alguns anos, e depois somos confrontados com a necessidade de as reprimir por várias razões. porque certos comentários são desadequados, certos projectos irrealizáveis e certos pressupostos ofensivos para a cómoda regularidade do quotidiano colectivo. depois ouvimos os lugares comuns como "quando era da tua idade também pensava assim", "aos dezoito todos somos maoístas", "depois vais perceber". e como queremos afinal enquadrar-nos na cómoda regularidade, deixamos de duvidar, de perguntar, de resmungar. e assim nos aproximamos da idade adulta, nos afastamos da idade das tormentas, aprendemos a ignorar as inquietações e a deixar o mundo andar. ser do contra é mais difícil, passou a sê-lo quando começámos a importar-nos mais com a consequência do que com a verdade.

2 Comments:

Blogger ivan said...

nice one!

11:25 da tarde  
Blogger a ortónima said...

true*

11:20 da tarde  

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