Hey! What's the Big Idea?
a carta roubada
cão solteiro
a companhia cão solteiro - "o cão", como ouvimos chamar-lhe - reside na rua do crucifixo, no antigo edifício da casa senna. em cena desde 20 de abril, a carta roubada é uma peça para três actores e poucas cores. o elemento central do cenário é uma mesa comprida que atravessa duas divisões, a parede um coração trespassado. em cima da mesa, um pássaro preto agrilhoado a pesadas correntes. as mulheres vestem de azul. uma delas, o azul mais escuro, baralha as peças de um puzzle, tentando reconstruir a imagem. a outra, o azul menos escuro, rigorosa na postura e delicada nos gestos, leva repetidamente à boca colheres de um fluido branco. na interacção ( ? ) está latente uma permanência-ausente-ausência permanente. alguns minutos se passam até aos primeiros ruídos. os dedais com garras metálicas, as trocas repetidas de roupa, o bater de asas no andar de cima, o silêncio sustido no escuro, o tiro. ele aparece no final. (não se conta o final).
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