3 de junho de 2009

Desamor

(carta ao meu chefe)

senhor professor, bem aceito a minha medíocre condição, bem sei que perco a conta se conto os passos do caminho até chegar aos seus calcanhares, reconheço a pobreza do meu intelecto e a escassez da minha experiência. mas doutor, há dias em que saio da cama só porque não consigo lidar com o remorso de lá ficar, e se não cedo à tentação de largar o curso natural das coisas a meio e mudar de vida (ir quiçá para uma ilha paradisíaca ou mesmo para um desses cenários bélicos que tanto me seduzem), por favor poupe-me o seu mau feitio.

3 Comments:

Blogger Marta said...

oh, compreendo-te. hang on *

5:22 da tarde  
Blogger a ortónima said...

Não conheço o teu chefe, e isto não tem nada a ver, mas, agora que um pouco mais desafogada, lembrei-me de te mostrar o primeiro parágrafo, absolutamente absorvente:

"Lolita, luz da minha vida, fogo da minha virilidade. Meu pecado, minha alma. Lo-li-ta: a ponta da língua faz uma viagem de três passos pelo céu da boca abaixo e, no terceiro, bate nos dentes. Lo. Li.Ta.
Pela manhã, um metro e trinta e dois a espichar dos soquetes; era Lo, apenas Lo. De calças práticas, era Lola. Na escola, era Dolly. Era Dolores na linha pontilhada onde assinava o nome. Mas nos meus braços era sempre Lolita." (Vladimir Nobokov)

acabaram por ser dois. ;)*

5:37 da tarde  
Blogger T. said...

dizia uma senhora na televisão que o problema do nosso país são as listas de espera...exactamente o mesmo problema dos livros que quero ler. *

9:52 da tarde  

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