4 de abril de 2010

Lituma nos Andes

Mario Vargas Llosa

enquanto não vem o calor de fim de tarde que convida à relva dos jardins, vou inventando desculpas. kerouac está na mesa de cabeceira há largos meses. jorge luis borges confortavelmente debaixo dele. de passagem esteve herberto helder. há dois dias devolvi italo calvino à estante como quem expõe um troféu. foi lido com mais empenho e desespero do que satisfação. alguma identificação com a rotatividade das narrativas.
escolhi lituma nos andes. vargas llosa é o autor peruano que não li antes de viajar pelas suas terras. os sul americanos geralmente arrebatam-me, seja jorge luis borges e os seus caminhos que se bifurcam a excepção confirmando a regra. lituma nos andes tem um pouco de várias coisas que são desejáveis num romance: um fio condutor não demasiado fácil de seguir, bons maus e vilões, elementos descritivos na conta certa, e muito sexo clandestino. as paisagens, as roupas, as comidas, as bebidas e os cheiros é-me tão fácil imaginá-los. ainda a páginas tantas enveredo pela sensação (que agora sei fantasiada) de ter pela frente um país cheio de sol e música sedutora.