Isso não
Jeunesse moderne de Saint-Tropez, na versão do Século Ilustrado, ou La Femme d'aujourd'hui chez elle, na versão da Eva. Porque será que as revistas femininas nunca publicaram artigos adequados a estas circunstâncias, como por exemplo: «Aprenda a receber o seu amante em casa», ou «Vestidos práticos para os dias em que o seu amante a vai despir»?
Sobre uma mesa baixa estavam várias revistas: o Match, a Elle, os Jours de France e as Selecções do Reader's Digest em brasileiro. Encostou-se para trás e olhou à sua volta. Objectos destinados a darem à sala um ar «vivido»: cinzeiros de bares e casas de fado, garrafas de whisky transformadas em candeeiros, baralhos de cartas e, sobre uma mesa baixa, alguns programas das Folies.
Felizmente já passou a fase do ferro forjado. Lá fazer amor com «Seja bem vindo quem vier por bem» pendurado na parede, não. Isso não. Tudo tem um limite.
Entrou com dois copos e algumas garrafas num tabuleiro, que colocou sobre a mesa baixa. Sentou-se no chão com as pernas cruzadas e preparou as bebidas.
Aprendem a sentar-se assim em revistas impressas em papel couché. Chamam-lhe «descontracção»...
(Luís de Sttau Monteiro)
no chão estão espalhadas todas as coisas que tirei da gaveta da mesa de cabeceira - bilhetes de cinema e flores que secaram. o (des)encanto do amor e da arte é que, (re)inventados em todas as décadas, há sempre flores e bilhetes de cinema.
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