28 de abril de 2012

Resiliência (?)

hoje voltei então aqui, e quase oito anos atrás, para me procurar. de todas as coisas que por mim passaram, as mais importantes de alguma forma aqui foram registadas. como há pouco tempo me disseram, não disponho de vocabulário emocional, o que na prática compromete muitas vezes a minha comunicação com os outros. por outro lado esta incapacidade permitiu escrever as coisas de uma maneira que, em retrospectiva, me parece interessante de ler. fotografei paredes e inventei gente e conversas e transcrevi as coisas mais marcantes que li. sem grande propósito que não o do apontamento, até porque nunca fui uma estrela da blogosfera. pensei remotamente que talvez um dia editasse um livro, desses em formato de bolso, capa preta e letras sóbrias, de jovens autores que arriscam pelo mundo editorial. e ainda me diverte imaginar-me no papel de "escritora". bom, oito anos passados escrevo muito menos e de uma forma muito menos criativa mas o melhor do que fui aqui ficou. talvez de vez em quando surja algo. e devo ainda questionar a apreciação profissional acerca da necessidade do vocabulário emocional: talvez a escrita cifrada seja a base da minha resiliência e a minha forma de anger management.

27 de abril de 2012

Onde me abrigo agora que há tanto não escrevo?

costumava encontrar-me aqui e perdi o caminho.

um monte de trapos sem dono. é preciso pertencer a alguém. às vezes lembro-me do verso que não é meu: "falhei em tudo". o meu é "não falhei em quase nada talvez mas em duas ou três coisas muito importantes". se calhar porque não me ensinaram, se calhar porque desaprendi, se calhar nasce-se assim? é preciso pertencer a alguém e é preciso alguém que nos pertença, soube isso tarde e esqueço-me muito, vezes demais.