29 de novembro de 2010

25

há que aproveitar certos momentos-chave para deles fazer pontos de viragem. o dia de hoje, para mim, é um desses momentos. ninguém pretende começar de novo, do zero, quando está instalado num presente estável, organizado e satisfatório. mas há sempre qualquer coisa que se pode atirar para trás das costas, um peso que se pode tirar dos ombros. é o princípio do desassossego. o mesmo que nos inquieta e que nos move após os sucessivos apocalipses.

27 de novembro de 2010

O Mundo de Peter Pan

ou o meu fabuloso e inesperado destino
contra as expectativas de alguns, para surpresa de muitos, e totalmente de acordo com os meus objectivos e ambições, voltei-me para um mundo de outras dimensões. e firmando o entusiasmo pelo projecto, todos os dias atravessarei a a ponte como uma passagem para a outra margem. quer isto dizer, em linguagem cifrada (e duvido que a esta hora ainda não saibam, mas cá fica), que em janeiro iniciarei o internato complementar em pediatria, mesmo ao lado do cristo-rei. depois de uma longa semana de angústias, indecisões, desapontamentos e pensamentos introspectivos, o resultado foi uma forte e fundamentada inclinação para esta especialidade. pela diversidade e pelo estímulo intelectual que procuro não só na actividade profissional ou académica mas também um pouco no dia-a-dia, aqui vou de coração aberto por um caminho que não sonhei e não adivinhei, mas que faz todo o sentido, e até já disseram que tenho cara daquilo que vou ser!

16 de novembro de 2010

Jeans

este post é sobre a crise. fui ver o "inside job". não percebi metade do filme, porque é demasiada informação de uma vez só e porque os valores de que se fala têm demasiados zeros para fazerem algum sentido na minha cabeça. em jeito de conclusão: os meus pais sempre me avisaram para não comprar a crédito. uso os jeans remendados até à morte irreversível e até há pouco tempo via a água engarrafada como um luxo. e pelos vistos, apesar do meu emprego no sector público supostamente bem pago, será bom conservar alguns hábitos e princípios, enquanto os ex da lehman brothers alugam meninas de lamborghini e passeiam num dos jactos da sua pequena frota privada. pois é, estou num turbilhão de ideias que não consigo encadear. vão ver e digam-me o que acharam.

7 de novembro de 2010

Theatre des Cappucines

la javanaise

ne vous deplaise
en dansant la javanaise
nous nous aimions
le temps d'une chanson

Assim não vamos lá

sobre a manifestação geral
que mais pareceu a procissão do dia de finados ou o enterro do entrudo. "arre, porra" - foi de menos. os mesmos gritos de ordem de sempre, mal ensaiados e transformados em pranto. uns poucos milhares, entre o marquês de pombal e os restauradores, ostentando nas faixas um cansaço e envergando um semblante gasto de desânimo. assim não vamos lá.

1 de novembro de 2010

Reencontro

fiéis seguidores, visitantes ocasionais e outros:
este blogue encontra-se, de novo, em funcionamento.
dada a prolongada ausência de actividade regular em mais do que três linhas, fica uma breve redefinição em alguns pontos:
este blogue não pretende ser uma coisa só. nalgumas coisas se parece com a coluna da carrie de sex & the city (que muito prezo), noutras com o diário de anne frank (mas espero que acabe melhor), noutras com o avante (mas só em épocas de conflito mais aceso, como a que vivemos).
dei-lhe o nome de coffee & cigarettes por ocasião do filme homónimo do jim jarmusch, que data salvo erro de 2004, na altura por ter gostado da película e por o título soar bem, mas creio que hoje faz ainda mais sentido, por este blogue e aquilo que transpira também estar em permanente construção...
venho escrevendo desde há uns aninhos, e constato que estou cada vez mais leviana. o que não lamento. viver todas as horas com intelectualidade limita as interacções sociais e o leque de actividades que nos divertem, para além de que é um pouco deprimente na maioria das situações. por isso a tendência para o registo melodramático se vem esvaindo.
não figuram maiúsculas por influência de um autor qualquer dos muitos que deram sentido à minha adolescência. pode já ser um lugar comum, mas foi ficando e habituei-me a ler-me assim.

Hold